Pular para o conteúdo principal

Geni e o Zepelim - Um olhar diferente

"Joga pedra na Geni
Joga pedra na Geni
Ela é feita pra apanhar
Ela é boa de cuspir
Ela dá pra qualquer um
Maldita Geni" (...)

A Geni pode ser moça donzela, fazer parte da classe burguesa, estar destinada à grandes cargos ou apenas ser doméstica e não ter sequer o primeiro grau completo. Mas a Geni do Chico é a mulher de aço e de flores, a menina\mulher que tenta dizer ao mundo que também sente frio, fome e sede, que tendo algo material de valor ou não na vida, é alguém, que precisa de outros "alguéns" para sobreviver. Ela é tão gente como nós, que paga tributos ao governo, que faz suas compras do mês, que encara filas e que precisa cuidar de seus filhos. Aos olhos de quem vê por trás, não compreende que cada pessoa tem algo especial dentro de si, que julgo por fatos morais não justificam o que é interior, o que é coração ou o que julgamos ser do bem. Meu maior segredo é confessar que também sou uma Geni, e vendo meu corpo aos moldes da moda, da estética, do luxo e do capitalismo. Sou Geni quando me entrego à sociedade de corpo e alma em causas infundadas e anti-éticas, ou quando critico alguém sem ao menos dar-me o trabalho de compreender qualquer fato social que rodeia tal ação. Encabulada fico, quando tenho que viver de acordo com os conformes estabelecidos, ou quando preciso regrar qualquer ato, tomar cautela com minhas omissões ou pagar caro por minhas inverdades. O homem não tem outra arma se não a si, e isso acontece quando o mesmo compara o modo como vive e o estabelece como coeso e coerente, o problema é que a sociedade não entende que concavo e convexo também podem se unir, na mesma medida que uma sociedade se faz através de um algo em comum, por isso tem denominação de comunidade, o outro também faz parte de nós assim como partes nossas são encontradas em outras pessoas. E quando julgamos o outro, julgamos a nós mesmos, numa subjetiva vontade de expor tudo o que somos criticamos ao mundo, e afastamos cada vez mais a possibilidade de um dia vivermos em paz e em harmonia. O grande poeta Augusto dos Anjos dizia que: "a mão que afaga é a mesma que apedreja".

"Não vivo como quero, se vivo, assim o preço certo futuramente acerto". (T.Oliveira)

Talita Oliveira

Comentários

  1. Eu realmente adoro essa música do Chico, e principamente esse trechinho,ele mostra como a sociedade realmente é: hipócrita; criticamos as pessoas sem saber o porque de suas escolhas,e quando precisamos delas as reverenciamos, usamos , as descartamos e voltamos aos julgamentos...E é esquecido que nós julgadores também sempre estamos preso a um sistema, a uma regra ,sempre somos escravos de algo, nos vendemos de uma forma ou de outra e que nisso também estarão lá outros que irão apontar sempre nossos erros.

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Dirão, em som, as coisas que, calados, no silêncio dos olhos confessamos?

Dizem por ai que a vida é feita de oportunidades, delas temos aos montes! Esse blog, não é nada mais que uma OPORTUNIDADE de poder destilar minhas hostilidades ou então sutilezas, minhas vontades mais internas, ou até mesmo as mais transparentes. Creio que é extremamente difícil expor nossos pensamentos ao mundo, imagine então todos eles? O mundo não se sustentaria, correto? Por trás das capas, das personalidades, das túnicas, dos turbantes, dos lençóis, de um computador ou até mesmo de uma postura autoritária, somos humanos, e perdemos isto com o passar do tempo. Acredito em muitas coisas que quase ninguém mais direciona crédito algum, só que ainda creio, assim como também não acredito mais em muitas apostas exercidas pela humanidade. O que é essencial? as inumeras oportunidades de expor nossa composição humana ao mundo, nos piores e melhores momentos da vida que levamos. Como diz por ai um GRANDE amigo meu: "O IMPORTANTE É ACREDITAR", ora é o poder que nos levanta e ora a f...

Patologias do amor

O amor é uma doença incurável, um vício insaciante, quanto mais se sofre, mais ainda quer-se arder em dor, como um ser envenenado, que dispensa sua cura, pois, seus olhos estão completamente fechados para tudo que ocorre à sua volta. É mais difícil largar do que se imagina, sequer pensar em resistir... ele arrebata nosso coração de tal forma que coloca-nos de ponta cabeça, leva-nos à noites mal dormidas seja de alegria ou tristeza... flores em dias simplórios, chances de declarações perdidas, cartões espalhados pela casa, choros inoportunos, sensações de angústia e dor, extrema felicidade e excitação, são as coisas mais bobas e infantis, os olhares mais sérios e seguros, o desejo pelo "infinito" ou a dor do adeus... como é dificil abandonar, por mais mal que chegue a nos causar, dizer não ao que mais se deseja, ao que tanto nosso coração pulsa sem sequer pedir nosso consentimento... é demais, para um ser mortal e amante, que tem sede de amar, mesmo em plena consciência do sof...

Seja um amor ou um vício, um hábito não é uma necessidade (...)

Aquilo ou alguém não deixa de ter sua devida importância para o mundo, eles apenas deixam de ser prioridade para você, se seus caminhos são diferentes e vão de embate aos seus vícios e até mesmo seus hábitos, então você os encara e busca viver sem os mesmos. É necessário perceber que existe um fim para TUDO na vida, fim este que poderá ser humano ou divino. Aceitar que chegou ao fim é um começo, não se pode substituir tudo, acredito, por exemplo, na ideia de que existem pessoas insubstituíveis, momentos raros e sensações únicas na vida. Pode-se então viver de outra maneira, sob novos ventos, horizontes e novas perspectivas. É preciso se deixar cercar pela felicidade, por pessoas que querem te fazer sorrir e te fazer BEM, porque se você vive algo que não te satisfaz "por inteiro" e não te trás coisas boas não vale a pena. Albert Einstein dizia que "Se os fatos não se encaixam na teoria, modifique-os" . Se existem estudos que apontam que o Tabagismo é um hábi...